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30 de abril de 2014

Mercado de jogos eletrônicos

        Estudo mostra que 220 empresas no País investem na produção de games. Falta de mão de obra qualificada ainda é um entrave

Sem alarde, as produtoras de jogos eletrônicos têm se multiplicado no País. Um estudo da Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Games (Abragames), elaborado pelo consultor Marcos Cardoso, aponta a existência de 220 empresas no país. Em 2008, eram apenas 48. Aproximadamente 20 empresas têm faturamento superior a R$ 1 milhão e algumas têm receitas que superam R$ 15 milhões. “A maioria é de pequenas e médias, 60% delas possuem até nove funcionários”, conta Cardoso, que enxerga um forte potencial de expansão deste mercado no País.
 
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Falta de mão de obra qualificada afeta mercado brasileiro
      Cardoso visitou o Canadá para conhecer as políticas do governo de incentivo à indústria de desenvolvimento de games. “Entendemos como foi feita a regulamentação de jogos, que tipos de taxas são aplicadas e quais benefícios fiscais foram concedidos às empresas. O Canadá é o terceiro maior produtor. Perde apenas para Estados Unidos e Japão”, afirma.

       Para o presidente da produtora de games Ilusis Interactive Graphics, Rodrigo Mamão, o mercado cresce de maneira descoordenada: “Cada um corre para um lado”. A falta de mão de obra ainda é um dos maiores entraves, embora tenha aumentado a oferta de cursos de formação para a área no ensino superior. Segundo Mamão, o custo para a produção de um jogo para tablets e celulares é de R$ 300 mil. Para videogames, o custo pode chegar a R$ 2 milhões. A Ilusis Interactive Graphics trabalha com quatro projetos por ano, entre jogos para dispositivos móveis e videogames. “A partir de 2014, temos a expectativa de quintuplicar o faturamento atual”, projeta Mamão.

       O diretor de Criação da produtora de games Mother Gaia, Bruno Toledo, afirma que o destaque alcançado por algumas empresas nacionais motivou outros estúdios. Poucos deles, no entanto, têm uma visão mercadológica do negócio. “Muitas empresas fecham após o primeiro lançamento por falta de planejamento ou de apelo comercial”, afirma Toledo. O aumento da venda digital, na qual o usuário compra diretamente no site e baixa o jogo, incentivou a multiplicação das produtoras. “O mercado está em plena expansão, é o momento de os desenvolvedores brasileiros buscarem seu lugar ao sol”, diz.

       Um dos sócios do estúdio de games Swordtales, Vitor Severo diz que o Brasil já é uma referência mundial em jogos educativos, como os de simulação de treinamento, mas vê um aumento considerável na produção de indie games — jogos independentes voltados para um grupo de usuários. “O futuro do mercado brasileiro está nos indie games”, afirma. Segundo Severo, as produções nacionais ainda representam uma parcela pequena do mercado internacional, mas competem de igual para igual com estúdios independentes de outros países. A indústria de games nacional é muito jovem. Os estúdios mais antigos não chegam a ter dez anos. A maioria tem menos de cinco anos de atuação. “Vivemos em um período de organização do setor, criando associações”, explica.

       Para Severo, o apoio do governo ao setor tem progredido, mas ainda é modesto. “O governo tem tomado medidas para estimular a produção de jogos. A Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos)mantém uma política de internacionalização dos jogos brasileiros”, diz. Em parceria com a Abragames, a Apex mapeia demandas dos principais centros de produção no Brasil e propõe planos para exportação, missões internacionais e parcerias com distribuidoras estrangeiras.
A Swordtales começou a desenvolver seu primeiro jogo comercial, o Toren, há quase três anos e captou R$ 100 mil em patrocínios por meio da Lei Rouanet, que permite ao investidor deduzir do Imposto de Renda o dinheiro aplicado. Pela lei de incentivo, a empresa ainda pode captar mais R$ 270 mil.

                                         (Fonte: economia.ig)