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16 de setembro de 2013

            A maioria dos estudantes não faz ideia do que são códigos binários, mas eles estão na moda: a linguagem dos programadores de computador está por trás da navegação na web, dos e-mails, de ligações de celular e de outras tecnologias do cotidiano. Mesmo assim, o interesse pelo universo da Tecnologia da Informação (TI) é pequeno diante do que o mercado exige. Nesse cenário, a questão não é saber se haverá emprego, e sim qual emprego se pretende ter.
               Hoje o Brasil precisa de 71 mil profissionais de TI, segundo a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro. O número pode chegar a 200 mil em 2013. "Daqui a sete anos, continuará havendo déficit", diz Francisco Borges, diretor acadêmico da Veris Faculdades. "Engenharia Civil é uma bolha. Informática é para sempre: todas as empresas usam a TI como meio."
              Os candidatos a uma vaga no setor têm duas opções básicas: fazer um curso de perfil técnico e antecipar a chegada ao mercado ou optar por bacharelados de pelo menos quatro anos de duração. Neste segundo caso, a aposta é ter uma formação mais consistente e se candidatar a melhores salários. O risco é ser considerado "teórico" demais numa área em que tudo muda muito rápido.
             Jefferson Santos de Araújo, de 23 anos, escolheu a via rápida. Depois do ensino médio, iniciou um curso técnico em informática. "Era muito ansioso. Nem terminei o técnico e comecei um tecnológico, na Fiap."
           Jefferson, que já cuidou até do suporte técnico de impressoras, hoje é analista de sistemas sênior da empresa CPM Braxis. Está no último semestre na Fiap e quer fazer pós-graduação para se tornar consultor. Nem cogita a hipótese de complementar a formação com um bacharelado. "Esses cursos não focam o mercado, enquanto a formação tecnológica e um MBA têm conteúdos que posso pôr em prática no dia a dia."
           A pressa de entrar no mercado e ganhar de cara um bom salário não é prioridade para Thiago Miranda Ferreira, de 26 anos, que está prestes a se formar em Ciência da Computação na USP. "Tenho bastante teoria e matemática, é uma formação abrangente", diz o estudante, que é estagiário da Calum, empresa de soluções tecnológicas e cursos de TI.
           O consultor em TI Renato Oliveira Moraes, da Fundação Vanzolini, concorda com a importância dada por Thiago à base conceitual. "Se você é capaz de escrever bem em português, aprende uma nova língua com mais facilidade", compara. "Quem faz a decisão de ser tecnólogo escolhe entrar mais rápido no mercado. Vai ser recompensado, mas pode acabar pagando um preço por isso."
       "A juventude deveria se interessar mais por essa área, que está pagando salários muito bons", afirma Arnaldo Vallim Filho, diretor da Faculdade de Computação e Informática do Mackenzie. Pesquisa feita pela universidade com a última turma de 250 formandos em Ciência da Computação e Sistemas de Informação mostra que a maioria (42,6%) está ganhando entre 5 e 10 salários mínimos.Educação básica. Gigantes que produzem muitas das plataformas, softwares e serviços usados no mercado, IBM e Microsoft têm trabalhado em conjunto com o ensino médio e o superior. As parcerias vão da criação de laboratórios em instituições de ensino a cursos que dão certificações - atestados de que o profissional sabe trabalhar com uma plataforma ou serviço específico, que valem tanto quanto um diploma.
        "Muita gente entra na faculdade achando que vai trabalhar exatamente com aquilo. Eu elaboro projetos de infraestrutura de tecnologia: a parte de raciocínio lógico só a universidade consegue treinar, mas tem a prática e as certificações. Já fiz 13.”
Mercado para todos
A área de TI se divide em desenvolvimento de software, hardware e serviços. Saiba mais sobre ocupações com boas opções de emprego:
- Gerência de TI
O que faz: Gerencia projetos e operações de serviços de TI; identifica oportunidades de aplicação dessa tecnologia; administra equipes e interage com outras áreas
Remuneração garantida: R$ 4.275,61
Formação Ideal: Bacharelado em Ciência da Computação/Sistemas de Informação
- Administrador de Banco de Dados
O que faz: Instala e administra bancos de dados remotos ou distribuídos; cuida da política de segurança e da qualidade da informação; faz ajustes de desempenho
Remuneração Média: R$ 3.153,44
Formação Ideal: Bacharelado em Ciência da Computação/Engenharia da Computação; Tecnologia em Banco de Dados
- Desenvolvedor (Programador)
O que faz: Desenvolve sistemas e aplicações, determinando a interface gráfica, critérios de navegação, montagem da estrutura de banco de dados e codificação de programas
Remuneração Média: R$ 1.933,47
Formação Ideal: Bacharelado em Ciência da Computação/Engenharia da Computação/Sistemas de Informação; Tecnologia em Desenvolvimento de Sistemas
- Administrador de Redes
O que faz: Gerencia os equipamentos de rede e a infraestrutura física de cabos; responde pela segurança de acesso à rede e adequação dos sistemas dos servidores da empresa
Remuneração Média: R$ 3.153,44
Formação Ideal: Bacharelado em Sistemas de Informação; Tecnologia em Redes de Computadores
- Engenheiro de Computação
O que faz: Projeta e monitora a adoção de soluções em linguagens de todos os níveis de complexidade; valida novas tecnologias; gerencia ambientes computacionais
Remuneração Média: R$ 4.103,66
Formação Ideal: Bacharelado em Engenharia da Computação
- Analista de Sistemas
O que faz: Especifica a arquitetura e as ferramentas para o desenvolvimento de sistemas; presta suporte técnico e treina clientes; elabora documentos técnicos
Remuneração Média: R$ 2.971,31
Formação Ideal: Bacharelado em Sistemas de Informação; Tecnologia em Análise de Sistemas

Fonte: www.universitario.com.br)